quinta-feira, 17 de abril de 2014

Exposição retrata um futuro de vida ou morte para os oceanos

Ação idealizada pela agência Leo Burnett Tailor Made com o apoio do Instituto EcoFaxina incentiva a limpeza das praias em defesa do meio ambiente marinho. O artista plástico Eduardo Srur assina exposição.


Começou no dia 14 desse mês, no aquário do Guarujá Acqua Mundo, a exposição intitulada “O Aquário Morto”. A exposição é idealizada pela agência Leo Burnett Tailor Made em parceria sustentável do Instituto EcoFaxina, que trabalha na coleta de resíduos nas áreas degradadas da Baixada Santista, e assinada pelo artista paulistano Eduardo Srur, o qual se destacou por trabalhos que chamam a atenção para questões ambientais e o cotidiano nas metrópoles. A mostra vai até o dia 10 de maio, sempre de segunda à sexta, das 10h às 18h, sábados das 10h às 22h, e domingos e feriados, das 10h às 20h.

A sala principal do Acqua Mundo, com aproximadamente 360° de aquário, foi dividida ao meio deixando todas as espécies marinhas de um lado. O outro espaço apresenta os resíduos retirados por voluntários do Instituto EcoFaxina durante duas ações voluntárias, uma na praia de Itaquitanduva, em são Vicente, e outra na praia do Saco do Major, no Guarujá, formando uma imagem do "fundo do mar” repleto de lixo. O objetivo é impactar o público para que entendam o quanto é importante que todos abracem essa causa. O artista Eduardo Srur reforça que cabe a cada um escolher o que quer para o seu futuro “morte ou vida” e a exposição mostra exatamente isso.

O fundador do Instituto EcoFaxina William Rodriguez Schepis alerta para a importância da educação ambiental " As pessoas precisam mudar seus hábitos diários em relação ao descarte de resíduos, e as prefeituras incentivarem trabalhos como o do Instituto EcoFaxina, apoiando iniciativas que visem a recuperação ambiental do estuário de Santos. É importante também incentivar atividades de educação ambiental, principalmente nas favelas de palafitas localizadas em regiões de manguezal, consideradas áreas de proteção permanente. Precisamos que os prefeitos escutem o nosso alerta e apoiem nossos projetos que visam a recuperação ambiental e a geração de trabalho e renda para jovens desempregados que vivem em palafitas.”, afirma o biólogo que trabalha ativamente com crianças em escolas e comunidades carentes.



Para Srur, chamar a atenção para elementos esquecidos pela sociedade é um grande passo para a mudança “Faz algum tempo que comecei com a missão de tirar a arte dos museus e das galerias e levar para o grande público, de forma que aproxime a arte do cotidiano das pessoas. Esse é um ingrediente essencial para modificar a forma de como enxergamos a realidade. Se você da à possiblidade do público mudar o olhar, você começa a mudar as práticas e a forma como lidamos com essa realidade”, afirma ele.

Atualmente, cerca de 260 espécies da fauna marinha são afetadas pelo lixo descartado, com aproximadamente 80% dos resíduos provenientes de áreas terrestres. O habitat marinho virou um enorme lixão que recebe toneladas de resíduos. Ambientalistas estimam que 14 bilhões de quilos de lixos sejam descartados todos os anos nos oceanos, destino final de todo o nosso lixo.

Necropsia de um Albatroz: animais confundem plástico com alimento

A costa brasileira, com 9.198 km de extensão, possui mais de cinco regiões metropolitanas à beira-mar que geram quase 56 mil toneladas de resíduos por dia. Entre elas, a região da Baixada Santista, com muitas favelas de palafitas, com destaque para o Dique da Vila Gilda, considerada a maior favela de palafita do Brasil, no Município de Santos, que abriga de forma precária seis mil famílias em meio a toneladas de lixo e muito esgoto.

INSTITUTO ECOFAXINA

Uma associação civil sem fins lucrativos formada por Biólogos Marinhos, entre eles o idealizador William Rodriguez Schepis, que já mobilizou aproximadamente 600 voluntários e retirou mais de 28 toneladas de resíduos de áreas naturais na Baixada Santista. O instituto trabalha na coleta dos resíduos e recuperação das áreas degradadas, em parceria com as comunidades que contribuem para o atual cenário de caos, como as favelas de palafitas.

EDUARDO SRUR

O artista paulistano Eduardo Srur começou na pintura, mas se destacou nas intervenções urbanas. Suas obras se utilizam do espaço público para chamar a atenção para questões ambientais e o cotidiano nas metrópoles. Realizou diversas intervenções urbanas na cidade de São Paulo e participou de exposições em muitos países, entre eles Cuba, França, Suíça, Espanha, Holanda, Inglaterra, Alemanha.
 

ACQUA MUNDO

Acqua Mundo é um dos maiores aquários da América do Sul, com um tanque de 800 mil litros de água do mar, e cerca de três mil animais em exposição, como tubarões, pinguins, peixes de água doce e salgada e répteis como lagartos, jacarés e cobras. Um verdadeiro complexo de entretenimento com 49 recintos (água doce, salgada, aquaterrários e terrários), praça de alimentação (choperia, sorveteria e cafeteria), loja temática, estacionamento.




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Patrícia Zanatta, Diretora de Comunicação da Biológica Jr.



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